O intérprete está presente para tornar possível a comunicação entre indivíduos que não compartilham da mesma língua, seja ela de modalidade gestual-visual ou oral-auditiva. Por se uma profissão nova, muitas empresas e instituições não compreendem com exatidão o trabalho do intérprete.
Para você compreender melhor, discutiremos funções que NÃO são do intérprete:
Supervisores: Imparcialidade é algo fundamental, controlar o comportamento das pessoas surdas em seu local de trabalho foge da função da interpretação.
Editores: Mesmo quando o intérprete sabe que a pessoa está dizendo á inadequado ou falso, a informação será interpretada exatamente da forma recebida. A fidelidade é um aspecto imprescindível na interpretação.
Professores: A tarefa de professor e intérprete são bastante diferentes entre si, embora ambas as profissões trabalhem diretamente com as pessoas surdas em sala de aula. Alguns professores de surdos trabalham como intérpretes, como uma segunda atividade, mas não é sua formação como professor de surdos que lhe qualificará para interpretar. Também, os cursos de formação de intérpretes de LIBRAS não oferecem treinamento nos métodos educacionais para surdos. Há sim um breve estudo da história da educação e da surdez, mas apenas em seu contexto cultural.
Cada interpretação é única, em determinados casos torna-se difícil detectar as características mais comuns no papel do intérprete. Há alguns anos atrás, os interpretes eram vistos como ajudantes dos surdos, mas este papel violava os direitos destas pessoas, e também dos ouvintes, porque não demostrava imparcialidade e profissionalismo.
Anos depois, ao serem definidos os padrões de imparcialidade, os intérpretes foram sendo vistos como condutores de informação. A função do interprete consistia em somente ouvir o português e interpretar em LIBRAS; em seguida observar a LIBRAS e passar para o Português. Entretanto, neste modelo surgiram algumas questões que interrompiam o processo de comunicação, pois a maioria das pessoas ouvintes não se dão conta de que os valores e costumes desta cultura são aplicados a todas as situações com que se deparam. Sendo assim, os intérpretes passaram por uma terceira mudança durante o desenvolvimento da profissão, quando adotaram o papel de “mediadores transculturais”.
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